Foto: ACECAM
Razões para não desativar o “Aeroporto Campo de Marte”
Manifesto de Protesto
ACECAM / ABAG
O aeroporto Campo de Marte, possui o quinto maior movimento operacional do país – à frente de aeroportos como o Santos Dumont, mesmo sem linhas aéreas regulares, em razão de restrições impostas ao mesmo, como a retirada decolagens por instrumentos. O aeroporto tem um papel estratégico na formação econômica de São Paulo. Não é sensato desprezá-lo, pelo contrário, o ideal é estimular criando meios para trazer novas empresas para servir uma população carente que habita cidades menores com vôos diretos e regulares. Ampliar a aviação executiva, gerando mais empregos e desenvolvimento para o estado e município.
Hoje, Campo de Marte desafoga grande parte do fluxo de aeronaves que anteriormente utilizavam o Aeroporto de Congonhas. O Aeroporto de Congonhas, atualmente, não tem mais condições operacionais para receber todo o volume de operações gerada pelas aviações executiva e comercial. Estas operações excedentes estão sendo feitas no Aeroporto do Campo de Marte e outros próximos a São Paulo. Isso tem sido uma grande ajuda em relação a operação das empresas de grande porte, tais como TAM e GOL, entre outras.
Empresas como a Azul, Team Linhas Aéreas, Ocean Air, Sete linhas aéreas, Pantanal, entre outras, poderiam facilmente operar no Campo de Marte se fossem feitos investimentos, reformas na pista e modernização do sistema de navegação, beneficiando assim, milhares de passageiros.
Foto: Sergio Fonseca
Foto: ABAG
A ABAG (Associação Brasileira de Aviação Geral), que representa a aviação executiva e geral, se preocupa muito com o futuro do setor, e não só pelo problema do Campo de Marte. A ABAG e a ACECAM (Associação dos Concessionários, Empresas Aeronáuticas Intervenientes e Usuários do Campo de Marte) e outras entidades vêem riscos de colapso no setor devido a falta de infra-estrutura para atender a demanda cada vez maior por esses serviços. "Desativar o Campo de Marte poderá gerar um caos permanente nos outros aeroportos da cidade, (terminal São Paulo) afirmam os representantes da ABAG, Rui Aquino e Ricardo Nogueira, e o presidente da ACECAM, Olavo F. Vieira.
A indignação dos mesmos, é que até o momento não foram, sequer informados sobre os planos do governo e também lamentam sobre as restrições crescentes para a aviação geral e executiva nos últimos anos. As limitações impostas às companhias aéreas, o número de “ slots “ (pousos e decolagens) por hora em Congonhas foi reduzido de 48 para 34. Antes do acidente da TAM, dez desses “ slots “ eram destinados à aviação geral por hora no aeroporto da Zona Sul de São Paulo e agora são disponibilizados apenas quatro.
Com o crescimento do movimento no Aeroporto Internacional Governador Franco Montoro (Guarulhos ), os jatos executivos agora só podem operar neste aeroporto, se alguma companhia aérea cancelar uma aterrissagem por lá, chamado de "slot de oportunidade", no jargão do setor. Ainda assim, quando pousam em “Guarulhos“, os aviões particulares podem ficar apenas duas horas em solo.
Pelas razões expostas acima, é fica inviável a desativação do Aeroporto, sendo necessária a sua modernização, também melhorar e ampliar outros aeroportos bem como construir um quarto aeroporto na cidade de São Paulo. Esta é a opinião unânime de diversos técnicos, pilotos e autoridades do setor se olharmos para um futuro dos próximos dez anos quando o numero de passageiros deverá mais que dobrar.
Foto: ACECAM
Entendemos que com esta desativação pretendem transferir a aviação executiva deste aeroporto para cidades do interior. O Aeroporto Estadual Comandante Rolim Adolfo Amaro, em Jundiaí, a 60 quilômetros da capital, seria a primeira opção. A ABAG e a ACECAM vêem problemas na solução aventada. "O aeroporto já está praticamente saturado", afirmam seus representantes. Segundo eles, os hangares e as pistas de taxiamento do aeroporto estão muito próximos da pista de pouso e decolagem, inviabilizando a operação segura de aeronaves com envergadura maior. “Opera-se um Falcon de pequeno porte, mas não um Legacy ou um Gulfstream", explicam.
Se o Aeroporto de Jundiaí for o destino escolhido para a aviação executiva, será necessário planejar a sua ampliação com igual urgência. Entre os aeroportos administrados pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), é o de Jundiaí que registra o maior número de pousos e decolagens no interior de São Paulo. Em 2008 foram 38.701 operações, 80% a mais do que em 2007. No Aeroporto de Sorocaba, segundo colocado, houve 29.560 pousos e decolagens. Em dezembro passado, uma nova torre de controle foi inaugurada no aeroporto de Jundiaí.
O aeroporto de Viracopos (sob a administração da Infraero), em Campinas, "não tem vocação para a aviação geral” porque só cabem 16 aeronaves no pátio, antes relativamente vazio, agora freqüentemente lotado com os jatos da Azul, carece de uma grande reforma. No município de Bragança Paulista existe um aeródromo com 1.200 metros de pista, mas sem estrutura de pátio nem terminal de passageiros. Sorocaba, outra alternativa considerada, sofre resistência dos usuários porque só existe uma via de acesso pela rodovia Castelo Branco que pode demorar mais 2 horas nos horários de pico.
Foto: Satelite Services Inc
Somos veemente contra a desativação do Aeroporto Campo de Marte por todas as razões acima citadas. Entendemos que isso atinge, além de toda a comunidade ligada a aviação, também, aqueles que utilizam aeronaves como meio de transporte, bem como toda uma população nova, que gera demanda, mas não dispõem deste meio para fazer sua utilização.
Somos absolutamente favoráveis ao investimento no incremento e desenvolvimento deste e de novos aeroportos e não temos nada a nos opor a implantação do TAV bem como outros meios de transporte, desde que não sacrifiquem aeroportos pelo pais.
Quanto ao pretexto atribuído ao TAV,de gerar mais e novos empregos, transportar um número maior de pessoas e retirar veículos das ruas como informaram alguns meios de comunicação, apesar de não possuirmos de elementos suficientes para avaliar detalhadamente estes benefícios, temos a certeza de que, se somarmos a manutenção e incremento do Aeroporto Campo de Marte, os resultados serão dobrados.
A ABAG e ACECAM propõem uma ampla discussão com o setor e uma audiência para tratar desta questão.
ACECAM
Associação dos Concessionários, Empresas Aeronáuticas Intervenientes
e Usuários do Aeroporto Campo de Marte
Diretor Presidente
Sr. Olavo Fontoura Vieira
Avenida Olavo Fontoura, 484 - Santana
São Paulo - SP - CEP: 02012-020
Tel/Fax: (11) 2221.3030